quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Simploriamente eloquente

Em abril do ano passado (2006), quando um amigo meu fez aniversário dei a ele um livro de presente, na época e no local não havia nenhum autor que me chamasse atenção ou que me entusiasmasse. Acabei comprando, por indicação, um livro de um autor que hoje é meu preferido Philip Yancey. Philip pra quem não conhece é um escritor norte-americano, que escreve maravilhosamente bem, ele tem um vocabulário bastante rico e amplo sem fazer de seus livros rebuscados e enfadonhos aglomerados de textos, isso sem falar na sensibilidade com a qual aborda temas sejam eles polêmicos ou não. Honestamente ele é o tipo de autor no qual eu gostaria de me tornar, ou de no mínimo me parecer e ter sua coragem e bom gosto.

Esse ano ganhei de aniversário o livro de um outro autor, também norte americano, porém não tão conhecido quanto descobri posteriormente que Philip já era; mas o tema do livro tinha tudo para ser bom e há sempre alguém novo escrevendo coisas novas e ótimas para serem lidas e absorvidas.
Para minha decepção o autor do último livro escreve de forma extremamente simplória e coloquial, o que me frustrou muito a ponto de querer desistir de ler seu livro.
Não desisti do livro ainda, por enquanto estou lendo ele e confesso: “aprendendo várias coisas”, mesmo que às vezes ele me pareça muito maçante.

O que me pergunto agora é a quantidade de vezes que abandonamos algo simplesmente por não se encaixar em nosso padrão pessoal de qualidade? Quantas vezes desistimos de pessoas por elas serem, ao nosso ver, menores que nós? Menos capacitadas? Diariamente deixamos pra trás varias coisas por acreditarmos que estejam em um padrão de inferioridade ao que temos vivido. Mas raramente paramos e descemos de nosso pedestal, ainda que não o tenhamos criado voluntariamente. Poucas são às vezes em que nos permitimos aprender com alguém “menos habilitado” do que nós.
E não, eu não estou dizendo que sou alguém que se deu conta desse fato e que minha vida acaba de mudar por isso. Eu apenas constatei que acontece dessa forma e até posso estar errado. Eu não prometo mudanças repentinas, o que pretendo fazer é, de forma paulatina, buscar dar mais atenção ao simplório, a coisas que o “cotidiano” me oferece, tentar extrair bons ensinamentos de coisas pequenas. Não menosprezar nada e nem ninguém sem antes conhece-lo, em outras palavras: Não ser preconceituoso!

Um comentário:

marcus dutra disse...

Yeah, isso aí, Ton.


Eu nem acho o Philip tão bom autor assim, pra ser sincero, no sentido de escrever mesmo. O que há de melhor nos textos dele são a sinceridade, sensibilidade e imparcialidade com que ele trata as coisas. Sem contar que o cara é um jornalista do caramba, fala sério. Tá, eu sou mais um fã dele, mesmo assim. :D

E os piores sempre tem muito pra falar.
A verdadeira sabedoria é entender cada coisa. Não que todas tem algo pra nós, mas elas estão constantemente dizendo algo.

Fica com Deus! o/