segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Até logo...

Saudade=Recordação nostálgica (Dicionário Michaelis).

Amo essa palavra! Provavelmente pelo fato dela só existir em português.
Saudade é de todas as dores a mais ambígua, crueldade e prazer. Sua crueldade está na distância dos que amamos, está na ausência de sentimentos presentes e fatos corriqueiros que nem percebemos, ou nos mais extraordinários que nos enchem de felicidade; a saudade nos mostra nossa impotência em relação ao mundo, desperta em nós um sentimento de “por que não posso ter quem eu quero?”, mas por outro lado é a certeza de termos pessoas que amamos e que despertam em nós desejo de voltar, de estar juntos...

Vou sentir falta da minha família dos meus amigos que já são família e às vezes até mais. Falta de abraços que dão segurança e amor, falta de conversas esclarecedoras, das diarréias mentais fluindo muita besteira, falta das massagens, das viagens, falta daqueles puxões de orelha, falta de filminhos, pipocas o brigadeiro... Das coisas ditas intencionalmente para escandalizar só pra poder rir até doer depois.... Conselhos e coisas novas que me ensinam, do tempo que tiram pra me ouvir chorar as pitangas, as conversas de extrema sintonia e a extrema sintonia mesmo sem conversas, dos olhares que dizem “eu também acho!”.
Vou sentir falta de cada coisa que aconteceu, das mais prazerosas as que mais me irritaram, mas que agora pela ausência da companhia me farão sentir saudades.

Essa é provavelmente a última que vez escrevo aqui do Sul antes de chegar no Rio, e a saudade já começa a apertar, começa a encontrar lugar de moradia em mim. Apesar de ter a certeza de que jamais vamos estar separados, pois como diria Da Vinci “para estar junto não é preciso estar perto, mas sim do lado de dentro”.

E isso aliado a um sentimento de volta é o que tem me tranqüilizado, tem me deixado livre para realizar sonhos a muito esperados.

POR TUDO ISSO E POR TUDO MAIS QUE AINDA VIRÁ, PELO AMOR INACREDITAVELMENTE GRANDE TENHO POR VOCÊS E QUE SEI QUE É RECIPROCO, EU AGRADEÇO A CADA UM E REPITO: AMO VOCÊS!!!

domingo, 20 de janeiro de 2008

Não sei mais como não sentir...

Agora vejo que não tenho mais nada,
Todo esse excesso me impõe minha pobreza...
E tudo o que sentia, agora amortece minha alma.

Não sei mais como não sentir...
E o que vejo é escuro;
Do silêncio que ouço, o barulho me atordoa...

Prefiro errar mais a te magoar.
Eu minto, eu dissimulo.
Eu não quero, mas eu te amo.

E a tua compreensão fica por conta da real falta de entendimento que tenho de mim.
A clareza dos sentimentos ainda me cega,
E o conforto nada mais é que a dor camuflada de controle.

Temo tudo o que insisto em amar em ti
Eu não quero mais.
É insano o um querer e burro o meu tentar.
É errada minha verdade.
E dolorido meu sentir.
Mas é feliz minha nostalgia em te amar.

Verdades...

Odeio te amar tanto assim,
Me doe a falta dos teus abraços
E o beijo que nunca provei, me assombra.
Tua voz é presença constante em minha memória.

Da tua falta se estrutura meu desespero
E pelo teu olhar se perde minha paz
Tua presença me machuca, pela distância.

Teu cheiro me acalma, me conforta...
Te traz pra perto de mim
Preciso de você, mesmo que longe...
Mesmo que no meu coração...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Sem cair...

As estrelas já não caem mais,
Mas também não as vejo...
As noites estão mais escuras
E os dias, não me lembro como são...

Ando sem ter a certeza dos passos
E a escuridão já não assusta mais.
A distância em nada diminui a dor,
E o tempo não consola.

Os sentimentos se perdem em meio ao que vejo
Em meio a sua falta, que insiste em crescer.
As lagrimas ainda embaçam meu olhar, já turvo pela solidão,
E as estrelas já não caem...

Minhas falas em outros tempos já disseram mais
E eu já andei sabendo onde pisava,
Já busquei e desisti de buscar o que preciso
E agora espero que elas acabem, que caiam até a última...

Espero e sei que o faço em vão
Perdido e desesperançado com a escuridão que me norteia
Cego em só te ver.
Insensível em não sentir nada além de você, que não esta aqui.

Espero já que meus passos se cansaram
E eu ainda tenho muito pra andar
Mesmo que as luzes não me iluminem mais
E mesmo que meus versos continuem sendo confusos
Pelo imenso espaço que descobri ter sem você.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Inodoro

Será que você não percebeu?
Agora não tenho mais aquele cheiro.
Não me trate como caça.
Não me procure insanamente em você.

Ainda tenho o que você busca,
Mas não me culpe pelo que não desejo
Não me puna, por ter sentido.
Estou limpo.

Não me ofereça o que me atrai.
Eu não aceito mais.
Não me peça,o que não devo dar.

Eu tenho medo,
E você já percebeu,
Não tenho mais esse cheiro,
Me sinto acuado,
Culpado.

So quero estar limpo.
Não me olhe, sem conclusões.
Assim, sem estar, ficamos melhor.
Sem medo e sem culpa.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

De vagar, dor...

E agora vai, bem de vagar e sem parar...
Sem errar, sem viver.
De vagar, lentamente acabando,
Aos poucos e certo.

Assim acaba,
Termina o que não teve fim;
De vagar ruínas.
Na memória histórias, lembranças.

Invadido e indefeso.

De vagar a dor,
Sem fim e sem mais doer.
Sem mais espaço pra sentir,
Afeiçoado.

De vagar,
Lentamente...
Calma e sensata,
Vitoriosa em meu ser.

Judiciosa em ser
Atroz em doer,
Sem fim, execrado.

De vagar em doer...
Pulsar e doer...
Viver e aceitar...
Dolente.