sexta-feira, 25 de abril de 2008

Suspiros e Confições...

Às vezes eu penso que não mereço o que tenho e menos ainda o que desejo, seja de bom, seja de ruim... Penso que não vou conseguir nem mais um dia, nem mais um minuto, meus pensamentos doem...
Tenho vontade de parar, mas sei que estagnado não amenizo o que sinto e nem esqueço o que sou, então continuo andando, mesmo que mutilado, mesmo cansado, sei que andar é o melhor a ser feito.
Tem dias que sinto nojo de mim, e tenho medo do que posso fazer. Às vezes minha repulsa é com quem me cerca e quase sempre amo, e o pior? Nem sempre sei o motivo, e quando sei, nem sempre estou certo.
Às vezes como agora, não consigo mais suportar o peso, e aí só tenho duas opções: Parar ou descarregar; não me sinto a vontade com nenhuma delas, mas como já disse: parar não dá! Aí só me resta descarregar, mesmo que cheio de receios e medos, cheio motivos torpes em não fazê-lo (descarregar), mesmo contra a vontade que as pessoas tem em aceitar o que podem ouvir...
Gosto de brincar com as palavras e dizer o que não disse, falar o que não posso; gosto de passar por entre as pessoas gritando em silêncio as maiores barbaridades antes já ditas; gosto de ser eu sem ser ninguém, mas me machuca a falta de coragem de não conseguir ser transparente e mesmo não sendo ninguém, ser eu...
Na verdade sou só mais um dos covardes que não consegue dizer o que sente de forma direta, de forma a mostrar que precisa de ajuda. Em tudo, tenho porém um agravante: não tenho coragem de encarar de frente quem mais temo: EU.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Qual é o seu Evangelho?

Como cristão tenho vivido e sido bombardeado por duas correntes totalmente distintas entre si. Uma a do evangelho Humanista, onde ser cristão significa ser prospero, ter os problemas sanados, andar lado a lado com cristo e em paz consigo e com os irmãos de fé. A outra é a corrente mais tradicional e visivelmente menos flexível.

O evangelho humanista é o que mais converte, dia após dia ganha uma infinidade de membros fervorosos, que pulam, dançam e cantam para o Senhor de maneira livre e intensa, em sua maioria é constituído de jovens, pessoas as quais a igreja antes fez questão de ferir, além de pessoas carente que vem na união dos demais membros uma forma prazerosa e segura de viver em grupo. Apesar de ser bastante bombardeado e às vezes até mesmo ridicularizado esse tipo de evangelho tem seus resultados, ganha vidas e realmente salva pessoas de situações de destruição nas qual vivem.
Infelizmente a graça pregada de forma escrachada tem seu preço para a igreja. Raramente as pessoas estão preparadas para pagar o preço real que a vida cristã vai cobrar, acabam por manter e disseminar sua antiga forma de viver, espalham hábitos que além de lhes serem prejudiciais ainda ferem os que estão ao seu lado e tudo isso de maioria das vezes de forma inocente, pois vivem sob o que pensam ser o correto de Deus para suas vidas, a libertinagem vivida cegamente por liberdade.

Já alinha mais tradicional e dura do evangelho, que às vezes chega a se tornar agressiva e ferina, conquista em sua maioria membros de igreja mais liberais que vêem na cobrança exacerbada um alívio, são pessoas que não entendem o fabuloso e inexplicável presente da Graça de Deus. Normalnente passam a vida divididas entre os sentimento de culpa e cobrança, ou simplesmente distorceram a forma correta de viver em forma militar de viver.
Mas o que mais chama minha atenção nesse tipo de evangelho militarista são as corretes que podemos encontrar dentro do mesmo, existem os que vêem no homossexualismo uma passagem direta e sem volta para o inferno, os que não toleram a descrição e acham que é nossa obrigação berrar o "evangelho certo" ao mundo o tempo todo e mais ainda fazer com que o mundo o aceite em silêncio e temor, e por falar em temor tem também os que vivem em constante processo de tortura pela parte de seus líderes, nada pode, nada dá, tudo é pecado, ainda que a bíblia não diga isso.
Méritos? É claro que esse tipo de evangelho apresenta os seus. Transforma a vida de pessoas que ainda que tenham aceitado jesus vivem longe de sua vontade; normalmente tem uma gama interminável de bons e concisos pregadores e excelentes estudos bíblicos.

Se pensarmos como Igreja e termos em mente a visão maior de corpo essa ambigüidade não seria exatamente um problema. Mas a verdade é mais profunda e bem escondida. essas diferenças gritantes servem para nos revelar a deficiência que a Igreja de nossos tempos vem vivendo. Não temos conseguido passar a Graça como companheira da Lei, menos ainda diferenciar pecado e pecador, temos sido extremamente intolerantes e pobres a nível de relacionamento, às vezes superficiais, às vezes tão invasivos que assustamos.

Resumindo, chega de evangelho humanista, chega de evangelho militar, está na hora de vivermos o Evangelho de Cristo, real como deve ser vivido, como foi criado em sua essência.

terça-feira, 8 de abril de 2008

"Mudança de hábito..."

O que diferencia um hábito de um instinto é o fato de nascermos com ele ou não. Instinto é aquilo com o que nascemos, por exemplo a sucção (cientistas afirmam ser esse o primeiro instinto que temos), já os hábitos são costumes, manias que adquirimos com o tempo, repetições que nos seguem pela vida a fora, às vezes ultrapassando a barreira do aceitável adentrando ao patológico, é o caso dos inúmeros TOC's (Transtorno Obsessivo Compulsivo) doença que vem sendo cada vez diagnosticada entre as pessoas; porém nem sempre são coisas ruins, às vezes são simples gestos que nos auxiliam no dia a dia para uma organização e bom andamento de nossas atividades.

Como seres humanos, tão certo quanto nossa existência é o fato de que vamos acumular uma bagagem ao longo de nossas vidas, essa bagagem são informações e vivência que ao passar do tempo vamos adquirindo, são emoções, sentimentos, necessidades que absorvemos do meio em que fomos criados e vivemos. Infelizmente algumas vezes essa bagagem se torna um peso, e apesar da força que fazemos para carregá-la preferimos esconde-la, tentando assim minimizar seu tamanho frente aos que nos rodeiam.
Na minha opinião a omissão nada mais é do a mentira não expressa em palavras, logo é mentira também. Eu, vergonhosa e corajosamente admito sou um mentiroso nato, normalmente digo de "mentirinhas leves" daquelas que não prejudicam a ninguém mas dão mais ênfase no que estou falando, o que na maioria das vezes faço sem ao menos perceber que estou fazendo, o que poderia ser instinto se já não tivesse de tornado um hábito; à grandes mentiras e omissões cuidadosamente planejadas e contadas com intuito de me proteger.

Ha alguns anos atrás ouvi uma música que dizia: "... um dia pretendo tentar descobrir por que é mais forte quem sabe mentir, não quero lembrar que eu minto também..." na época não dei muita importância pra letra da música; como todo jovem, pensava que minha verdade mudaria o mundo, revolucionaria a sociedade hipócrita em que eu vivo; não estava errado, só não sabia o preço que isso me custaria, e assim que ele me foi apresentado desisti, achei que seria mais confortável.
Hoje, com uma bagagem maior e uma mudança em meus hábitos e ciclo de amizades, convivendo com cristãos boa parte do tempo e boa parte dele com pessoas não convertidas, vejo e julgo de forma interessante o fato dos dois grupos gostarem muito de frisar suas "berrantes diferenças", como se fossem de planetas diferentes, enquanto na verdade dividem a mesma ideia sobre a mentira e suas conseqüência, porém de forma mais ou menos camuflada.
Tenho percebido que a era do parecer chegou a igreja, agora nossos lideres parecem, convivo com muitos deles e os vejo penando, sofrendo em solidão pela solidão do silêncio de não dizerem o que sentem por medo ou receio de serem retalhados; como se isso já não fosse uma retaliação dura e desleal, sim o termo é esse DESLEAL, não se assuste. Ou por acaso seria leal com quem nos rodeia induzi-los a omitirem seus verdadeiros sentimentos e problemas? Pra mim parece duro demais que eu tenha que mentir ser forte para chegar a uma força, que ainda que eu saiba de onde venha não possuo.
Tenho minhas convicções e certezas, e sei de onde virá a minha força, mas sei também que sua fonte Jesus, não me pede para esconder meu real estado até estar n'Ele fortalecido, o que me faz pagar um preço que na maioria das vezes me intristesse e me faz por em duvida o tão pregado e difundido caráter dos que vivem como sendo fortes. No meio secular em que vivo não é diferente, basta montar um personagem e pronto, você se torna um referencial de sucesso.

Por favor, não me interprete mal, menos ainda julgue a Cristo pela igreja ainda doente e as vezes egípcia como eu; somos homens e falhamos, TODOS erramos, a diferença é a forma que encaramos nosso erro. Sim eu volto a dizer, agora porém já de forma mais tranqüila, eu minto, mas me envergonho disso. Quero mudar ainda que isso me custe muito. Mas estou disposto, tenho dito o que sinto e tentado ser o mais veríssimo ao que falo, não tem sido fácil e menos ainda gratificante perante as pessoas, mas lhes garanto é libertador. Quando ansiamos em receber de Cristo nossa liberdade, nos focamos tanto em nos desligarmos de prática visíveis que acabamos por esquecer de deixar que hábitos sejam removidos de nossa personalidade.
Sendo sincero mais uma vez, não tenho coragem de assumir com o ônus de lhes pedir que abandonem a mentira, e que vivam sendo vocês de verdade pra qualquer um, menos ainda tenho o direito de querer um único pedaço que seja do bônus da liberdade que isso lhes trará. Mesmo assim os isentivo a fazê-lo, e depois se nada der certo e você acharem que sou um doido espalhando destruição, voltem a ser o que são, mas não se permitam viver uma vida que não é sua. Cristo disse "Eu sou a Verdade", vivamos em Cristo, andemos com Cristo, pode não ser fácil, mas eu garanto: é melhor.