O que diferencia um hábito de um instinto é o fato de nascermos com ele ou não. Instinto é aquilo com o que nascemos, por exemplo a sucção (cientistas afirmam ser esse o primeiro instinto que temos), já os hábitos são costumes, manias que adquirimos com o tempo, repetições que nos seguem pela vida a fora, às vezes ultrapassando a barreira do aceitável adentrando ao patológico, é o caso dos inúmeros TOC's (Transtorno Obsessivo Compulsivo) doença que vem sendo cada vez diagnosticada entre as pessoas; porém nem sempre são coisas ruins, às vezes são simples gestos que nos auxiliam no dia a dia para uma organização e bom andamento de nossas atividades.
Como seres humanos, tão certo quanto nossa existência é o fato de que vamos acumular uma bagagem ao longo de nossas vidas, essa bagagem são informações e vivência que ao passar do tempo vamos adquirindo, são emoções, sentimentos, necessidades que absorvemos do meio em que fomos criados e vivemos. Infelizmente algumas vezes essa bagagem se torna um peso, e apesar da força que fazemos para carregá-la preferimos esconde-la, tentando assim minimizar seu tamanho frente aos que nos rodeiam.
Na minha opinião a omissão nada mais é do a mentira não expressa em palavras, logo é mentira também. Eu, vergonhosa e corajosamente admito sou um mentiroso nato, normalmente digo de "mentirinhas leves" daquelas que não prejudicam a ninguém mas dão mais ênfase no que estou falando, o que na maioria das vezes faço sem ao menos perceber que estou fazendo, o que poderia ser instinto se já não tivesse de tornado um hábito; à grandes mentiras e omissões cuidadosamente planejadas e contadas com intuito de me proteger.
Ha alguns anos atrás ouvi uma música que dizia: "... um dia pretendo tentar descobrir por que é mais forte quem sabe mentir, não quero lembrar que eu minto também..." na época não dei muita importância pra letra da música; como todo jovem, pensava que minha verdade mudaria o mundo, revolucionaria a sociedade hipócrita em que eu vivo; não estava errado, só não sabia o preço que isso me custaria, e assim que ele me foi apresentado desisti, achei que seria mais confortável.
Hoje, com uma bagagem maior e uma mudança em meus hábitos e ciclo de amizades, convivendo com cristãos boa parte do tempo e boa parte dele com pessoas não convertidas, vejo e julgo de forma interessante o fato dos dois grupos gostarem muito de frisar suas "berrantes diferenças", como se fossem de planetas diferentes, enquanto na verdade dividem a mesma ideia sobre a mentira e suas conseqüência, porém de forma mais ou menos camuflada.
Tenho percebido que a era do parecer chegou a igreja, agora nossos lideres parecem, convivo com muitos deles e os vejo penando, sofrendo em solidão pela solidão do silêncio de não dizerem o que sentem por medo ou receio de serem retalhados; como se isso já não fosse uma retaliação dura e desleal, sim o termo é esse DESLEAL, não se assuste. Ou por acaso seria leal com quem nos rodeia induzi-los a omitirem seus verdadeiros sentimentos e problemas? Pra mim parece duro demais que eu tenha que mentir ser forte para chegar a uma força, que ainda que eu saiba de onde venha não possuo.
Tenho minhas convicções e certezas, e sei de onde virá a minha força, mas sei também que sua fonte Jesus, não me pede para esconder meu real estado até estar n'Ele fortalecido, o que me faz pagar um preço que na maioria das vezes me intristesse e me faz por em duvida o tão pregado e difundido caráter dos que vivem como sendo fortes. No meio secular em que vivo não é diferente, basta montar um personagem e pronto, você se torna um referencial de sucesso.
Por favor, não me interprete mal, menos ainda julgue a Cristo pela igreja ainda doente e as vezes egípcia como eu; somos homens e falhamos, TODOS erramos, a diferença é a forma que encaramos nosso erro. Sim eu volto a dizer, agora porém já de forma mais tranqüila, eu minto, mas me envergonho disso. Quero mudar ainda que isso me custe muito. Mas estou disposto, tenho dito o que sinto e tentado ser o mais veríssimo ao que falo, não tem sido fácil e menos ainda gratificante perante as pessoas, mas lhes garanto é libertador. Quando ansiamos em receber de Cristo nossa liberdade, nos focamos tanto em nos desligarmos de prática visíveis que acabamos por esquecer de deixar que hábitos sejam removidos de nossa personalidade.
Sendo sincero mais uma vez, não tenho coragem de assumir com o ônus de lhes pedir que abandonem a mentira, e que vivam sendo vocês de verdade pra qualquer um, menos ainda tenho o direito de querer um único pedaço que seja do bônus da liberdade que isso lhes trará. Mesmo assim os isentivo a fazê-lo, e depois se nada der certo e você acharem que sou um doido espalhando destruição, voltem a ser o que são, mas não se permitam viver uma vida que não é sua. Cristo disse "Eu sou a Verdade", vivamos em Cristo, andemos com Cristo, pode não ser fácil, mas eu garanto: é melhor.
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